As tendências de pressão por meio da aplicação de políticas de responsabilização (accountability) nas escolas faz com que se criem contingências e mecanismos de melhorias artificiais nos resultados escolares, no chamado efeito ‘ensino para o teste’. Como consequência, ocorre o chamado ‘estreitamento curricular’, em que o tempo escolar é preenchido ao máximo com assuntos relacionados ao que irá ser abordado nos testes, tirando a ênfase em outros saberes ou mesmo outras formas de conhecimento que não sejam o preenchimento de folhas de respostas de múltipla escolha. Isso ocorre tanto em escolas da rede pública, em função das notas em avaliações de larga escala, como o SAEB, quanto na rede privada, em função dos resultados de aprovações em vestibulares de universidades concorridas. As escolas devem não se pautar por avaliações externas de larga escala como atividade-fim, de modo a evitar o estreitamento curricular consequente a esta decisão. A existência de um currículo apropriado e que exista a garantia mínima de aprendizagem em cada passo para todos os estudantes deve atender aos requisitos desses testes organicamente.
Consideramos e respeitamos que cada aluno tem seu conjunto de capacidades, motivações, interesses e expectativas dentro de cada disciplina, o que leva a tempos diferentes de apreensão dos saberes sendo ensinados. No entanto, essa situação deve também se alinhar ao tempo escolar que envolve equipe pedagógica e colegas. Para isso, as escolas devem buscar formas alternativas de resgate de conhecimentos prévios e o acompanhamento sucessivo da evolução desses pré-requisitos.